NOITES DE LISBOA
Nasci para a vida do nada
Sem nada Lisboa me viu
Lutei dia, noite e madrugada
Lisboa em toda a hora é fascinante
Por ora tanta noitada?
Não redundará em que a idade
Traga velhice desgraçada?
É tão bela a noite na cidade!
Se for vivida espaçada
Não será para sempre vivida
Para sempre amada?
Vivemo-la umas vezes na chamada Doca
Levemos a namorada
Ali junto ao grandioso Tejo
Outro dia ao Bairro Alto
O amor a acompanhar é benfazejo
Trocar todos os dias pelas noites
Pode ser vício, desejo!...
Olhemos os anos sessenta
A economia não proporcionava
Essa loucura sedenta
Apenas nos fins-de-semana
Podia haver uma vida ternurenta
Teremos de repensar sem agoirar
As bonitas noites de Lisboa
Por nosso mal as teremos de amainar
Noites de Lisboa bendirão sempre a cidade
Onde mora o fado
Ambiente de beleza em toda a idade
Noites de Lisboa com a doca e fado antigo
Também mora no Bairro Alto
Em comunhão de amigo
Daniel Costa