A MINHA POESIA - A MINHA VIDA

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Poema

Artur Agostinho, um homem multifacetado, notável comunicador, foi-o na rádio, na televisão, em jornais (Director do Record, jornal desportivo) - foto Internet

AOS DOMINGOS

Estava numa outra idade
Tempos com poder de saudade
Muito cedo badalavam os sinos
Era aos Domingos
Tudo se erguia e antes da capela
Passava-se na sacristia
Dava-se início a maravilhoso dia!...
Depois um ritual de louvor
Ao Deus Senhor, dito Salvador

***

Nas tardes outro ritual
A constituir vida simples e original
A audição do futebol na E. Nacional
O Artur, o Nuno, o Amadeu
De memórias, que mais sei eu?
Numa produção da Sonarte
Três jogos em simultâneo
Um sonho de arte
Dizia, agora o Agostinho
Aparecia o Nuno: Atenção Amadeu!....
Aqui o esférico vai chegar ao Matateu.
Rematou!... Não foi!

***

Aqui Albano dá para Tavassos
Passou para Jesus Correia
Foram demasiados passes

***

Olha, aqui aconteceu tremideira
Acorreu o Ângelo
Protegeu, não era preciso
Chegou o Moreira

***

Assim se passava bom Domingo
O sétimo dia, a felicidade
Certamente inteira
A seguir o trabalho
O campo e o doce orvalho
Chegava a Segunda-Feira.


Daniel Costa

domingo, 27 de setembro de 2009

poema



LARANJINHA

Não no outro mundo
Mora no Alentejo
A Laranjinha de olhar profundo
Laranjinha meiga e doce
Não no outro mundo
Os seus ternos poemas
Revelam doçura
Advém a tentação
Por vezes dura
Questionar donde vem
Tamanho amor, tanta ternura
Beleza de alma
Beleza plena e segura
Aura de beleza muito sua
Apresenta-se assim
Como o luar da lua
Sorridente na beleza de mulher
No firmamento brilhantes estrelas
Laranjinha é o nome da suave mulher
Um nome bonito
Não se contesta sequer
Contém toda a beleza interior
Toda a beleza da interessante mulher
Admiro a sua poesia
Estimo e admiro aquela mulher

Daniel Costa

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Poema


SARA

Numas férias de Verão
Fui até ao hemisfério sul
Tentava sanar a solidão
No país onde tudo é azul
Estava no Rio em Copocabana
Em terras do Cruzeiro do Sul
A nostalgia era sorte
Passando por São Paulo
Saltei fica a norte
Naquela praia em Santos
Era enfim dia de Sorte
Sara encontrei
O coração fez como que clique
De imediato me apaixonei
Num lance, amar até a morte
Prometi, jurei
Estava na frente de uma mulher
Como sereia, de repente me apaixonei
Sara formosa
Consentiu, numa prece beijei
Já amava, não devia
O coração traiu-me, eu sei
Sara beijei
Coordenadas de São Paulo estava a sul
Naquela praia de Santos
Vi todo o mundo azul

Daniel Costa

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

poema


ESCLUSIVISMO

Há inúmeras manias
Por vezes são fantasias
Tenho a minha bizarria
Delas falaram-me um dia
No momento uma tara definia
Desde então sempre a revia
Falar dela me comprazia
Talvez devido ao novo século
Que chegou um dia
Do anterior não ficou dor
Não ficou desamor
Questiono se fiz
Se a conjuntura o fez
Algo de exclusivismo
Anotei uma vez
Aos dezasseis anos
Ganhar jorna de homem
No Casal Torneiro
Terá sido favor que um deus fez?
Aventura, força de querer, sensatez?
Estimulante talvez
Porque cavei
Acima da média, a jorna, ganhei
Em três concelhos do Oeste
Peniche. Bombarral e Lourinhei*
No campo, de sol a sol trabalhei
Na guerra de Angola
À coordenação do rancho cheguei
Em Lisboa, trabalhando, estudei
Nos trabalhos dirigi e coordenei
Que mais sei?
Ou por outra, quanto mais observo
Quanto mais procuro, menos sei
Mas este é o meu tempo
O de me achar com direito
A alimentar a mania
Da exclusividade do dia


* NOTA: O EI era muito, da fala popular,
do meu Oeste natal.
Aqui refere Lourinhã.


Daniel Costa

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

poema


HELÔ

Nome de vedeta italiana
Helô Spitali
É amiga muito bacana
Acena do Brasil
Do Estado de Minas Gerais acena
Do continente onde há deuses mil
Lembrar a bondade da Spitali
É recordar a amiga
De outro continente
É coisa persistente, é antiga
Lembrar a serena madrugada
Quando não chegara o cupido
Os bons dias atirava
Em boa hora a seta
A Minas Gerais chegara
Sempre a amizade
Porque pura não manchara
A Serena Helô
Por outros meios
De enviar recados não deixou
Recordar a amada madrugada
Grato sou
Recordar Minas Gerais
O mesmo que recordar a Helô

Daniel Costa


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

poema


VANUZA

Mulher altiva
Vejo assim Vanuza
Altivez que cativa
Não tem mente difusa
A Senhora Pantaleão, a Vanuza
Descriminação
Não usa
Quando amiga é do coração
Sentir a sua amizade
Suscitará emoção
Sabe ser cordial
Beleza interior a suscitar comoção
Essa mulher prendada em leis
Recorda com certa emoção
Os tempos de mulher menina
Tempos de ginásio
Os da sabatina
Enquanto evoluía
Deixava de ser menina
Divertida para a vida
Com vivacidade de heroína
A mulher Vanuza
Como todas as mulheres é divina
Vanuza coração de ouro
Contar com a sua amizade
Será contar com um tesouro

Daniel Costa

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

poema


VALENITA

Valenita
Alma de mulher reluzente
Jóia brilhante
Simples e sorridente
Parece sorrir às plantas
Será da botânica confidente
A bonita mulher
Sabe estar elegantemente
Aprecia a música urbana
Como “Os Etnia” evidentemente
Caetano Veloso, Sá Magrão
Milton Nascimento
Porque não?
Adora a alma do Cartola
Que em vida atraía
Fazia escola
Valenita ouve confiante
Adora ver e ouvir ao vivo
No Rio de Janeiro evidentemente
Mulher sem pressa
Esbelta, elegante, sorridente
Dos deuses promessa
Botânica adora simplesmente
Biologia, sociologia
É-lhe indiferente

Daniel Costa

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

poema


DONA MICAS

Na aldeia do Oeste
Num dia invernoso, agreste
Nuvens negras no céu
Tudo escuro como breu
O farol da Berlenga
E do Cabo Carvoeiro
A deitarem urros no éter
Alertando o marinheiro
Dirigindo-se mais ao timoneiro
Na costa a sul do Carvoeiro
Avistam-se ondas muito altas, medonhas
Ululam ao desfazerem-se na rocha
Fazendo estrondo como que a bater o pé
Pareciam dirigir-se a humanos sem fé
Dona Micas segue rua acima
Como que a visar os quatro moinhos
Cada vez mais a eles se arrima
Segue com o seu manto negro
Qual bruxa maldita, a meter medo
No cordame das velas dos moinhos
Assobiam búzios tristonhos
A bruxa, qual fantasma negro maldito
Vai distribuindo conselhos
Dizendo: é prenúncio do finito!
Ninguém acreditava na dita
Porque teriam esperança
Num Deus de justiça bendita

Daniel Costa

domingo, 13 de setembro de 2009

poema


NOSTALGIA

Doce recordar, Será magia?
Será a doce nostalgia?
Será a doce lembrança?
Do amor de algum dia
Do amor que não esqueceu
Um amor que não morreu
Gravado sempre ficou
Jamais deixar de recordar
Essa ternura de amar
Recordar esse farol
Como marinheiro do alto mar
Deuses!... Como consola amar
Ternura que se estendeu
Esse alto mar não perdeu
A ternura, a nostalgia, a esperança
Sempre o acto de muito amar
Pensamento a navegar
A nostalgia nunca vai minar
A grande ternura de amar
Esperança e nostalgia,
Podem encerrar magia
O tranquilo acto de amar
De alguém que está a regressar
De novo o alto mar
Por perto seria mais fácil amar
E, de novo a doce nostalgia
De ter amado alguém um dia

Daniel Costa

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Poema


ZULLY

Mora no Brasil a Zully
Uma interessante mulher
Olhos verdes bonitos como rubi
De olhos verdes naturais
Vive no Paraná na foz do Iguaçu
Olhos brilhantes como Corais
Onde a enguia é muçu
Ali passeia a sua elegância
Como em pedestais
Mulher que olha o infinito
Com olhos verdes naturais
Bonita segreda-me o instinto
Atraem olhos verdes reais
Olhos verdes faiscantes
Que são leais
Belos como diamantes
Adoro a Zully
A bonita mulher
A amiga que nunca vi
Neste mundo hodierno
Onde a tecnologia coloca tudo ali
Porque não vir a esperar
Encontrar um dia a bonita Zully?

Daniel Costa

terça-feira, 8 de setembro de 2009

poema


DEUSA DA FANTASIA - II

Não embarquei num avião
No meu mundo não havia
No mundo do sonho e da ilusão
Chegava num segundo
O da mundovisão
Mais rápido ainda
O da computadorização
Embarquei no último
Veloz queria sentir
O mundo da fantasia, da ilusão
Desembarquei na praia
Que emoção!...
Eis que uma bonita deusa
A deusa da fantasia em missão
Que dia!
Poder ver e sentir
A minha deusa da fantasia
A que tanto procurei
E tive a dita de ver um dia
Dia de sonho de fantasiosa doçura
Grande mordomia de alegria!
Que entre os senhores deuses
Jamais desvaneça
A deusa da fantasia
Que encontrei resplandecente
Naquele dia

Daniel Costa

domingo, 6 de setembro de 2009

poema


ANA POETISA

Ana Martins
Depois área da pedagogia
Escreve em profundidade
Aos seus querubins poesia
Trabalho e hobby
Será assim o seu dia
Preocupa-a que inventem
Leis inexequíveis eivadas de vilania
A sua arma é estruturar
Carismática poesia
No reino das inverdades
Provocar simpatia
É assim a Ana Martins
Resoluta, luta com simpatia
Nasceu nas terras quentes do Ribatejo
Berço das touradas
No além Tejo onde se vibra
Com fandango e fandangadas
Viver depois no verde Minho
Um mundo de folclore
O amor esse maganão
Quiçá o trabalho
Originou a condição

Daniel Costa

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

poema


PRINCESA DE OLHOS
VERDES

Senhora de olhos verdes
Não é a Princesa de Avalon
É a de Abravezes
A Princesa tem uma tez bonita
Mancha de tristeza por vezes
O semblante de mulher bela
Esconde tristes singelezas
Atraem olhos verdes
Em conjunto com a rara beleza
Na princesa de Abravezes
A Princesa sofre
Sofre recolhida por vezes
Como mãe
De um bonito filho
Que o Céu, o éter detém
A bonita Princesa mãe vive aquele amor
O pensamento sempre paira no além
Por muito bonita que seja
Jamais esquece ser terna e eterna mãe
De um belo Príncipe
Como a Princesa é também

Daniel Costa

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

poema


DIAMANTES

Histórias mirabolantes
Estão na literatura que conhecemos
Dos cobiçados diamantes
No fundo são as pedrinhas
Que príncipes oferecem a princesas
Também reis ofertavam a amantes
Tudo jogatinas
Em reinos distantes
Polícias, ladrões, espiões, traficantes
Muitos cifrões
Num mundo de burlões
Parece tudo organizado
Num meio de muitas confusões
Para Diamantino, disseram um dia
Num país em guerra
Tudo o que vês é pedra
Não uma pedra qualquer
Esquece, mesmo que tropeces
Numa mais brilhante
Porque tudo é diamante
Nenhuma vês
Pode estar a espionagem
E faz-te a folha de vez
Visitando um museu
Foi como pisasse o chão, o que comoveu
Mais tarde alguém, Diamantino esclareceu
Gananciosos compravam todas as pedras
Que as guerras sustentavam
Porém uma parte
Sendo de diamante, não tinha quilate
Desfaziam-se por entre dedos num instante
E a guerra continuava incessante
Ninguém percebia, só porque tinham goela
Proibiam-se animais de capoeira
Talvez disfarçando qualquer asneira
Porque havia discriminação
Julgava-se que para a vida inteira
E os diamantes
Reluzentes, os verdadeiros
Embarcavam para mundos inteiros

Daniel Costa