Foto do meu arquivo - Aqui iam os oito cadáveres em carrada, eu fui elemento nomeado para a escolta, até à povoação de Mucondo, onde os ditos ficaram sepultados. O poema parte de casos reais que vivi na Guerra Colonial (1962 /1964). ESPECIFIDADOS NO MEU LIVRO "AMOR NA GUERRA).
FIM
DA PICADA
Nunca
foi debandada
Eu-poeta;
destaco
Fim
da picada
Duas
foram grande buraco
Em
guerra declarada
A primeira
com fim, no deus Baco
Chuva,
em picada inclinada
Era a
guerra, que saco!
Outra
foi fim de oito, uma carroçada!
Cadáveres
em progressão, lento ábaco
Mais
chuva na madrugada
Da
Guerra Colonial, o opaco
Motivação
irada
Tirania
de certo signo do zodíaco
Sempre
a intensa chuvada,
Clima
tropical velhaco
Fim
da picada
Horizontes
impróprios de piromaníaco,
Fim
de oito, fim da picada!
Daniel
Costa
9 comentários:
Meu amigo sensível, embora o poema triste,mas lindo, momentos incríveis que vivestes né meu amigo? Guerras são marcações em nossas almas, ainda bem que sobrevivestes, sei bem de sua história, meu amigo vencedor, lutador e vencedor!
Te quero imensamente bem, deixo abraços apertados com grande admiração por você!
Olá, Daniel.
Que triste...
São as tristezas que a vida nos proporciona... Depende de nosso astral colori-las de outra maneira...
Abraços.
A guerra munca tem sentido , mas esta ainda por cima era totalmente anacrónica
beijinho
Desculpa a demora, não estava na cidade.
Cadáveres, carroça, guerra, tudo isso é mesmo o fim da picada.
Obrigada pelo carinho e você sim é
um modelo de homem batalhador, sofredor, vencedor e grande poeta.
Beijos no coração
Lua Singular
As guerras sempre são triste.
Bom domingo
beijo
Olá Daniel! Passando para agradecer a tua visita e teu comentário, assim como me deliciar com a leitura deste teu belo poema, só que um pouco triste.
Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado.
Meu querido Daniel
Talvez, entre os teus comentadores, seja eu quem melhor entende este teu poema, belo mas imensamente triste.
Também eu assisti, não a "carradas" mas a evacuações nos Teco-Teco, e muitas vezes acompanhei os cortejos até ao cemitério.
Tempos terríveis os que vivemos, e que é bom que sobre eles se escreva, para que não caiam no esquecimento.
Gostei muito do teu último comentário, principalmente por recordares essa amiga especial, Ana Diniz, que, lamento, deixou de se comunicar connosco.
Desejo-te uma óptima semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
A guerra só nos traz tristeza e dissabores. Seria bom não tê-la, mas os homens...
Abração.
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