A MINHA POESIA - A MINHA VIDA

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

POEMA FESTA DA MATANÇA

FESTA DA MATANÇA

Faltava a música e a dança
Quando em tempos que lá vão
Crescido o porco, se procedia à matança
Era uma festa, tinha início no quintal
Vários homens se reuniam
A para o ritual de abater e arranjar o animal
Passava-se na aldeia onde nasci
Era na vila de Peniche, hoje cidade
Imediatamente antes da maior idade ali vivi
Era um regalo, à noite a jantarada
Reunia a família, era próximo do Natal
Era a verdadeira consoada
Fazia parte do ritual
O porco morto ficar dependurado
Em tecto já adequado afinal
Para que as carnes crescerem em vez de minguar
A matança ocorria em fase de lua cheia, era banal
Porém a minha avó Jesuína, do Casal Foz
Nesses casos usava um requinte sem igual
Visto que os dois maridos que teve foram pescadores
Antes de dar inicio ao verdadeiro ritual
Enviava um emissário, que ficava a olhar o mar
A maré começava a encher, vinha a correr dar o sinal
Equacionava as combinações para começar
Lua cheia que influencia as marés
Carne a crescer ainda mais
Como conviria noutros tempos dos salgadores no convés
Em mundos de produção de sobrevivência
Saber bem modos de produzir procurar
Procurar por todos os meios essa ciência
Olhar o mar e visualizar os céus
Por força havia que pensar numa luta intensa
E o mar ali tão perto
Belo a ocasionar tranquilidade e paciência

Daniel Costa
Poema e foto do mar de Peniche

12 comentários:

Valquíria Calado disse...

Que mistérios tem as diversas culturas, sabedorias dos antigos a influenciar o viver, e com a sabedoria a vida ficava encanto, a confiança nelas traziam paz, e comunhão pra alma... me vejo lá, em meio a familias e amigos, na comunhão do dividir, do abraçar, nos valores agora distantes, mas presentes no regaço dos que conhecem o amar.
Lindo, obrigada por partilha. abraço.

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amiga!

DE todas as lembranças, aqui muto bem afloradas, as que retenho da minha infância são as de "horror".

Desculpa, não quero ser desmancha prazeres, mas só apareço, quando tem de ser no após :)

Reconheço o bom texto, como semore e os valores que o justificam.

Beijos

SAM disse...

Querido amigo,

lembranças registradas maravilhosamente por você.

Carinhoso beijo e excelente semana.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo

Lembranças e realidades, muiro bem descritas em verso, gostei e fez-me voltar no tempo.

Beijinhos
Sonhadora

angela disse...

Noutros tempos era assim mesmo que se fazia. Engordava-se o porco no quintal e todo aquele ritual para que tudo ficasse perfeito.
Tempo bom de partilha familiar.
Beijos

angela disse...

Noutros tempos era assim mesmo que se fazia. Engordava-se o porco no quintal e todo aquele ritual para que tudo ficasse perfeito.
Tempo bom de partilha familiar.
Beijos

rosa-branca disse...

Olá amigo, fez-me voltar atrás no tempo. Também me lembro de tudo isso mas havia uma coisa que não conseguia ver. Matar o porco. Beijos com carinho

rosa-branca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Everson Russo disse...

Sempre muito boas as lembranças guardadas,,,belissima imagem,,,uma otima terça feira pra ti amigo,,abraços fraternos...

Carmem disse...

Que bom é poder lembrar e contar o que se passou, Dani.

Bjuss

Everson Russo disse...

Um belissimo dia pra ti amigo,,,abraços fraternos.

Everson Russo disse...

Um belissimo dia pra ti meu amigo,,,abraços fraternos...