A MINHA POESIA - A MINHA VIDA

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

poema - Bom 2009

FELIZ 2009!
CALÇADA DA GLÓRIA

Em mil novecentos e tal
Sessenta e nove afinal
O locutor da Emissora nacional
Salão da Voz do Operário
No seu linguajar formal:
Apresentou o Fado Canção
”Calçada da Glória”
“Nove Milhões de Guitarras”
Na inconfundível voz do Tristão
Disse: que o artista nunca canse
De subir a Calçada da Glória
Casa cheia de espectadores
Ouviram, talvez não entendessem
Seria extensível a todos os senhores
Naquele Serão, festa de trabalhadores
Organizava a FNAT de então
Promovia um seu CAT de antemão
Além de outros, actuaram José António,
com “Transmontane”
E “Vira do Fundão”
Trio Boreal, com “Fadinho Serrano”
“Tudo Passará” e “Resineiro”
Não era engano
Cantou o Gabriel Cardoso
“Manhã Cedo” e “Promessa da Lua”
Isabel Fontes
“Somos Todos Iguais”
“Deus Como te Amo”
Festa minha e tua
Maria Armanda
“É Manhã” e “Chegou a Primavera”
Sissi, “Três Segredos”
“Ó Transmontana”
A Inefável Celeste Rodrigues
“O Meu Chaile” e “Abre A Janela ao Vento”
Esplendor. Festa, Triques
Em Junho, numa noite de Luar
Transmitiu a Radiodifusão
Nesta nova hora da história
Jamais alguém se canse
De tentar subir
A Calçada da Glória!...

Daniel Costa

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

poema

DESLUMBRAMENTO

Foi em Abril afinal
Que Estado Novo
Decretou oficializar
O Turismo Nacional
Ali pelo Chiado
Açafatas ofereciam
Ramos de flores a casais
Era o “Avril au Portugal”
O sonho cumprira-se
Começara a trabalhar
Em Lisboa afinal
Deslumbramento
Vivia com extrema fé
Pessoalmente conheci
O Tristão da Silva
Mais Francisco José
Deslumbramento
Max e António Mourão
“Oh Tempo Volta Para Trás”
Fazia sensação
Paulo Renato
Com o seu vozeirão
Cenógrafos como
Pinto de Campos
Também Mário Aberto
Parque Mayer
Quando era o céu aberto
Deslumbramento
Representava o Salvador
Foi do Benfica jogador
Referência tinha-a
Por ler nos jornais
Anúncios da actuação
Da brasileira Berta Loran
Cantava em cena outro brasileiro
Francisco Egídio
Voz lindíssima de galã
E Humberto Madeira?
Pintado de graxa preta
Interpretando Isabel
De que fui verdadeiro fã
Deslumbramento
Florbela Queiroz
Dita a BB de Portugal
Uma honra afinal
Camilo de Oliveira
A Vera Mónica também
Deslumbramento
Em “Avril au Portugal”
O teatro de D. Maria
A Casa Garrett ardeu
O da Avenida substituiu
Também lá fui eu
Varela Silva, Luís Filipe e outros
Secundaram bem e com fé
D. Amélia Rey Colaço
Deslumbramento
“As Árvores Morrem de Pé”

Daniel Costa

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

poema

JULIÃO

Na tasca da Bernarda
Bebericando o copo da pomada
Julião regressado da jornada
Vinha de longe, a noite avançava
Cear?
Não queria saber de nada
Tinha de visitar a Bernarda
De dentro do Balcão
Mulher danada
Ao mocho saltava
Com os dedos a tamborilar
Dançava uma espécie de fandango
Em cima do mocho dançava
A acompanhar a dança
Cantava:
Dizem por ai que sou mocho
Dizem-me frouxo
Também lanzudo
Serei cornudo?...
Más línguas!…
Poderei ser tudo
De dia trabalho, mexo o chão
Ao som do garrafão
Oh Bernarda!...
Traz mais uma canada
A minha noite será animada
Pensarei com a alvorada
A minha loucura será parada
O Julião era outro, na madrugada
A caminho do campo parecia
Parecia alma penada
Sempre assim quando aparecia
A estrela d’alva
A anteceder a sua alvorada


Daniel


sábado, 20 de dezembro de 2008

poema

SEREIA

Num certo dia de Outubro
Dei um mergulho no Baleal
Passara à Atouguia da Baleia
Perto de S. Leonardo, a Catedral
Não estava acompanhado
Olhando a lua cheia
Surgiu uma bonita sereia
Conversa agradável meteu
Insensível à beleza, não serei eu
Com promessas agradeceu
Regressando por Atouguia da Baleia
Com o mavioso canto de sereia
Brejeira, solicitou boleia
Afinal queria farra,
Em noite de lua cheia
Cada vez mais a voz encantava
A isso não ligava
O tom de beleza admirava
Não me comovia
Outro compromisso importava
A sereia não sonhou
Nessa noite de lua cheia
Até madrugava, como planeava

Daniel Costa

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

poema

AVENTURA

A vida é aventura
É-o mesmo que seja
Extremamente dura
A minha se bem contada
Faria chorar
As pedrinhas da calçada
Quiçá o átomo
Mas que nada
Olhemos com optimismo
A sempre fiel amada
Esquecer, não resulta
Equacionar tormentos, sem fim
Resultaria muito ruim
Falo das boas recordações
Dirão muitos:
Mundos de ilusões!...
Falar só em jeito de aventura
Da vida, é atitude segura
Pressupõe optimismo de puritano
Brinquedos, digo em segredo
Só os que fabriquei – aventura!...
Hortas e árvores
As que semeei e plantei
De cereal, confesso que sei
Em enologia total trabalhei
Por fim de sol a sol

Ceifando a jorna ganhei
Tentar perseguir
Alguém ainda cavador
Devia ser vergonha
Dos prepotentes senhores
No Circulo de Leitores
Mais audácia e arrogância
Deveriam ter quando expulsos
Prepotentes, que podiam fazer?
Trabalhassem com lisura
Muito tinham de aprender
Deveriam ter sido subservientes!...
Jamais necessitaria de dizer sim
A prepotentes
Nada de hombridade
Criaram ambientes
Pior que masmorras da PIDE
Devem!…
Nunca responderam porquês
Podem, continuar a ser prepotentes!
Oh Zeus!...
Mais uma aventura adeus
Sei trabalhar, Há mais a fazer
Outra aventura
Encontrarei outros ateus!...

Daniel Costa

NOTA: o poeta Fernando Pessoa escreveu na revista "Comércio e Contabilidade," em que colaborou, o seguinte:


"O erros dos empregados"

"É do pior gosto e do pior efeito, desculpar-se um chefe com um erro dum empregado. Não foi erro de empregado. Todo o erro dum empregado é apenas o erro de ter empregados que fazem erros".

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

poema de Natal

EH!... A TODOS DESEJO MUITA PAZ, MUITA ALEGRIA, AO MENOS POR UM DIA!... UM BOM NATAL!...

SONHO DE NATAL

Permanente o sonho
Na sua aldeia, persistia
Na ajuda do campo
O menino, do sonho vivia
Acreditava
Que a trazer presentes
De Natal a todos os meninos
Jesus
Pelas chaminés descia
Esse, esse tal sonho
Teimava e resistia
Sonhava todo o santo dia
Tinha acabado a Segunda,
A Segunda Grande Guerra
Na sua bondade
Na humildade do sonho
Sonhava que outra contenda
Mais guerra não haveria
Sonhava e vivia
Da vida, o que se passava
Só da aldeia conhecia
Sonhava, vivia do sonho
Mais longe iria
Um universo mais alargado
Seria ai que cresceria
Veio o frio Natal
Atormentou-o, um pesadelo
Em forma de sonho
Sonhou, que na grande cidade
Onde tudo bonito lhe parecia
De tudo havia, até maldade
O sonho prosseguiria
Tanto de noite, como de dia
Um meio mais elevado
Aprender mais queria
Querer e saber
Uma outra vida, mesmo de luta
Sonhava, desejava, queria
Trabalhar e viver em tranquilidade
Paz como na aldeia se vivia
E o sonho persistia
Passaram alguns Natais
Cumpriu-se o sonho
Os Reis Magos pressagiavam
Sonhos siderais
Como nos seus sonhos divinais!...


Daniel Costa

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

poema

NOITES DE LUAR

Chegara o Verão
No redondel da eira
Ao luar havia sempre serão
Eram belas as noites de então
Havia calcadoiros de pão
Os trilhos puxados por bois
Rodavam!...
Vá castanho!...
Bora cabano!...
Com forcados de madeira e ventos
O cereal da palha se separava
Em altos palheiros a desafiar
Intempéries, aguardando ficava
De alguma e outros materiais
A cabana se fabricava
Nas noites de acalmia, ali se dormia
Era, pernoitar ao luar
Em noites felizes de outros mundos
Guardar a eira, mais as inocentes
Anedotas que os vizinhos.
Como o, Zé Pedro, traziam
Eram um rir a fio
Tinha a Gigliola Cinquetti
Vencido o Festival da Eurovisão
O Zé diz: agora casou!
Sabem porque de ser Cinquetti deixou?
Perdeu três

Quarenta e sete adoptou
Depois chegava o milho
Grupos, juntavam-se a escarapelar
De novo, em noites, de luar
Vinham os manguais
Homens aos pares certinhos
Com força até acabar
Pareciam fazer facho
Acima, abaixo!...
Tudo se passava à vista do mar
Em belas noites de luar

Daniel Costa



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

poema

VILA VIÇOSA

Na princesa do Alentejo
Apenas uma vez passei
Perto da vila dos mármores
Depois bastante viajei
Foi berço de Florbela
Da Espanca, da poetisa
Que ali não homenageei
Em Borba, em Terrugem
No mesmo dia passei
Talvez por isso, pela beleza
Pelos mármores,
Que a outra Terrugem
Junto a Sintra tem
A Vila Viçosa
Apelidam de a Sintra
A Sintra do Alentejo também
Ainda era menor, o que tem?
Fizera vinte anos
Sem sentidos
Transportaram-me ao hospital
O de Elvas
O Militar Principal
Viajava individual
O majestoso palácio
Dos Duques de Bragança apreciei
As amargas e bonitas laranjas
Laranjeiras não esquecerei
Porém!...
Florbela Espanca?
Que existira, nem sabia
Por isso não me curvei
Aos deuses e às musas
Perdão, sempre pedirei

Daniel Costa


NOTA: este poema feito propositadamente para participar, gostosamente, numa blogagem colectiva no blogue – eterna apaixonada – que propunha, associando-se ao blogue – interlúdio, a propósito do aniversário da morte de Florbela Espanca, que curiosamente, é a mesma do seu nascimento. Ocorrem a 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, que em 1466, o Rei D. João IV consagrou, como Padroeira de Portugal.
Actualmente o dia é feriado nacional.
Outra curiosidade é o número desusado de bloguistas, do pais irmão que assinalaram a efeméride da poetisa alentejana
Deixo link da bloguer brasileira:

http://www.blogger.com/profile/11761112246881130491

Digo-vos, que vale a pena conhecer as propostas do blogue.

Aproveito para chamar a atenção, que o blogue – daniel milagre, passou a ser só de poesia, Sendo os outros, todos com trabalhos da minha lavra, dispostos, cada um em seu departamento, conforme nomenclatura.

Deixo a minha gratidão:

Daniel Costa

domingo, 7 de dezembro de 2008

poema

PRESSA DE VIVER

Tenho pressa de viver
A um oitavo de década
Na segunda encarnação
Da primeira, nada arrepende
Recuperei a pressa de viver
Pois então!
Que hei-de fazer?
Se tenho pressa de viver?
Reparo que ainda estão
A fazer labiríntica gestão
Não acabaram os “boys”
Pois então
A segunda encarnação
Será mais curta
Porque tem de ser
Tenho pressa de viver
Traduz empurrar
O natural acto de morrer
Naturalmente é fazer jus
Ao ditado que diz:
“Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer”
Ou seja alargar o tempo
Nesta encarnação também uso
Tenho pressa de viver
Não ao desuso
Quem vai, com desejo de morrer
Deixo passar, quero viver
Abrir as mãos e dizer
Deixem-me, estou a fazer!
Tenho pressa de viver
Quero recordar
Os meus três anitos
Da tia que então feneceu
Da miúda, que de mãozinha dada
A subir a Rua me acompanhava
Recordo o desgosto
Porque logo morreu
Sempre com pressa de viver
Fiquei eu!...

Daniel Costa

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

poema

LÁ NO ESCRITÓRIO

Depois da jorna, sol a sol
Quero dizer, todo o santo dia
Coordenar o rancho
Na guerra de Angola
Dos militares de uma companhia
No princípio do rol
Passar pelo lugar de caixeiro
De ginjinha, como a Popular
Primeiro
Depois a chamada Avenida
Veio o inesquecível escritório
Era o da Fotogravura União
Da Travessa das Mercês
Um desejo nesta Lisboa ribeirinha
A suprema ambição
Que na vida tinha
Sem ninguém dizer o que fazer
Era sozinho de repente a absorver
Mundos de zincogravuras
Coordenava em horas a correr
Tipografias, revistas, jornais
Agências de publicidade, Laboratórios
Não sei que mais
Patrão Chico Bento presente reparava
Ao telefone algo combinava
Enquanto o outro tocava
Alguém atendia,
Porém o falante esperava
Parecia magia
A quem chão para os pés puxara
Era mil novecentos e noventa e Seis
Reapareceu um jornal
Tratava-se de o vespertino a “Capital”
Abria redacção, junto, frente ao “Século”
Todas as gravuras produzidas ali afinal
Pressupostamente não almoçava
Tinha de ficar atento
Pagava e recomendava
O admirador, já amigo
Patrão Chico Bento
Dali, constantes solicitações
Mais as do Manuel Ornelas
Do Fausto Gonçalves
Do Gomes, do Helder, do Canhão
Câmara Leme e muitos outros
Formavam um correpio
Pelos telefones internos
Atento, aprendia e resolvia
Se necessário a cada departamento
Oficinal observar o andamento ia
Chico Bento via
Assim mesmo, senhor Daniel
Por hoje tudo entregue?
Fica a engrenagem a rolar
Não se esqueça!...
Amanhã continuaremos
Nascia de novo o sol
Chegava novo dia
Mais a encantadora Magia

Daniel Costa

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

poema

AMAR ALGUÉM

Amar o mundo
Com amor profundo
Este de rosa se inunda
E calor humano se funda
Despidos de ambições
Devíamos olhar o mundo
Sem devaneios ou condições

Amar alguém
Amor… amar mais além
Amor de gosto
Visto do posto
Onde se vislumbra ternura
Amar não será loucura
Antes um mundo de ventura

Sempre ganha a missão
Loucuras buriladas serão

Daniel Costa

INÍCIO

INICIO
MOTIVOS TÉCNICOS ALHEIOS A MINHA VONTADE, REENICIO AQUI.

Daniel Costa