A MINHA POESIA - A MINHA VIDA

sábado, 31 de julho de 2010

POEMA O QUE É A FELICIDADE


O QUE É A FELICIDADE?

Pensar com serenidade
Não será parecido com indecisão
Deverá ser indício de felicidade
Que nunca se encontrará nas voltas que se dão
Está sempre já dentro de nós
Esse sonho de mansidão
Vou contar uma história que sorvi
Era rapaz, garoto então
Era uma vez um príncipe infeliz como nunca vi
O pai, rei de muitas riquezas sofria em vão
Chamado o melhor adivinho dali
Preconizou ao rei uma versão
Que o príncipe vestisse a camisa de um homem feliz
E o príncipe continuava na sua solidão
Reunindo os seus conselheiros, viram que seria difícil
Encontrar o homem feliz na ocasião
Então o rei enviou emissários por todo reino
Havia de haver alguém feliz na sua grande possessão
Muito correram os emissários
Andaram bastante, sempre em vão
Depois de se avistam com muitos, vários
Foi encontrado um pastor
Quase tão simples como os animais do rebanho
Portanto longe de ser um grande senhor
Perguntado se era feliz, então foi e disse:
A felicidade deve ser o meu único amor
O rei mandou oferecer em troca pela camisa
Um grande saco de dinheiro, um grande penhor
Vivo feliz cá no monte com o meu rebanho
Mas nunca usei tal peça de roupa senhor
Desde logo deduzi do amanho
A felicidade tem de estar dentro de nós
E devemos lutar sempre
Para que a felicidade nunca nos deixe falar a sós

Daniel Costa

quinta-feira, 29 de julho de 2010

POEMA CARQUEJA


CARQUEJA

Carqueja é nome de terra
Devido a um Serial Killer
Anda actualmente na berra
Nos anos cinquenta que a conheci
Miúdo, sempre por caminhos areentos
Entre pinhais e a corta mato várias vezes a vi
Aldeia do concelho da Lourinhã
Antes a mais isolada
Ficava muito chã
Não havia estrada
Havia algumas mulheres bonitas
Sempre a trabalhar na dureza do campo
Ali ganham cores rosadas e catitas
Do Serial Killer sabe-se onde morava e fazia covil
Sabe-se o nome das vítimas
Para os investigadores não é gentil
É evidente, sabia o que fazia
Dos despojos nada diz, o vil
Não tem o julgamento popular
Que na década de cinquenta, era uma razia
Era uma atracção da feira semanal da vila
As noticias de crimes que no pais havia
Eram entoados ao som de acordeão, como um perpetuado
Na vizinha freguesia da Moita do Ferreiros
Por um amante que matou o marido da pretendida mulher, o danado
O chamado folheto rezava assim:
“Ele pela amante foi levado
Mas antes de fazer o delito
Devia te pensado”
Outros tempos!,,,
A passar a corta mato pela Carqueja
Ia comprar pedras de cal branca ou cal almagra para eventos
Recordo o passar e mirar, a velhíssima árvore que me extasiava
Para caiar a casa nos sazonais tempos
Recordo os fornos de cozer a pedra calcária
Foram tempos simples, recordo-os como portentos
S. Bartolomeu
Actualmente com acréscimo dos Galegos
Pela aldeia da Carqueja que ficou na memória passei eu


UM MUITO OBRIGADO À RENATA, UMA GRANDE AMIGA DESDE A PRIMEIRA HORA DO MILAGRE, CRIADO EM JANEIRO DE 2008.

Daniel Costa

segunda-feira, 26 de julho de 2010

POEMA MARIA MORENA




MARIA MORENA
 
Lá vai ela toda catita
Chamam-lhe Maria Morena
Reparem, é bonita!
Sempre bela, seu sorriso é de mulher serena
Mora na aldeia à beira mar
Aquela boa pequena
A brisa do mar fá-la ficar tisnada
Por isso lhe chamam Maria Morena
Vai sempre airosa, sempre bonita
Ajeitando a melena
Impecável no seu vestido de chita
Apenas muda de tecido para os dias de festa
Ajuda a mãe nas lides domésticas
Nota-se a sua frescura
Como nas flores amarelas das giestas
Seu semblante denota ternura
Mais azougada, quando sonha festas
Contudo demonstra candura
Quando rodopia nestas
No seu íntimo pode notar-se alvura
Quando um pretendente a namorado
A assedia, freme na altura
Porém diz não ser tempo de pretender ter amado
Prefere ainda o coração na brancura
Maria Morena
Deseja continuar amar
Ser apenas a boa pequena
Quantas vezes, à vista do mar
Se quedará a cismar ainda Maria Morena?

Daniel Costa


sábado, 24 de julho de 2010

POEMA À BEIRA MAR

Foto: Daniel Costa


À BEIRA MAR

Na falésia à beira mar
Medito e descanso
Na frente o mar infinito como um altar
Ali estou num remanso
Acordo da letargia
Desço à praia
Findou o descanso
Vagueei sempre de atalaia
Num olhar, como se fosse de vigia
Olhando as belas que são
Sorvendo o fresco da maresia
E o bronzeado que lhes traz o sol
Com o iodo de todo o dia
Numa tranquilidade, como se empata* o anzol
Olhava e fixava como se acalmasse fobia
Enquanto mergulhava e boiava
Uma mulher muito bela sorria
Sorriso bonito para mim
Dum jeito como se fora
Canção de Vinicius, Nara, ou Jobim
Estava só, estaria louco?
Parecia uma sereia
Olhei mais um pouco
Estava encantado
Teria ficado mesmo louco?
Não estaria a ser catrapiscado?
Se me dispunha a olhar
Desejaria ser olhado
Porém tinha a namorada
Do outro lado
Não procurava amada
Adorava enfim
Que uma mulher à beira mar
Sorrisse para mim

Daniel Costa


* NOTA: Em linguagem de marinheiro, prender o anzol no Oeste diz-se empatar

quarta-feira, 21 de julho de 2010

POEMA MORENA CATRAIA


A CASA DO RAU, DA AMIGA FERNANDA, FESTEJA O SEU PRIMEIRO ANIVERSÁRIO. PARABÉNS FERNANDA!...

 
MORENA CATRAIA

Vejo-te como uma lua azul
Cuja terá brilho reluzente
A lua pode esquecer o norte e o sul
Passar de nascente para poente
Imagino-te morena
Mulher bela de alma atraente
Onde andas pequena?
Quero que sejas de estado azul
Dum azul reluzente
Porque te imagino mais a sul
Nunca a poente
Serás minha catraia morena
Amo imaginar a tua delicada mente
Pôr-me a pensar seres uma doce pequena
Que vagueia pelo meu universo
Catraia morena
Estarei no eu inverso?
Porém quero-te muito… pequena
Desejo, imploro e peço
Desejo vogar rumo em tua direcção
Ainda que seja
Num batel de ficção
Se for necessário provar
Embarco mesmo em foguetão
Gostar de te amar
Não é ilusão
Estou pronto a chegar
Provar o amor com devoção
Que seja por toda a vida
Com emoção e contemplativa paixão

Daniel Costa


segunda-feira, 19 de julho de 2010

POEMA SONHOS DE AMOR


SONHOS DE AMOR

Uma vida a sonhar
A viver sonhos de amor
Deveria ser a seriedade de amar
Vida de optimismo, mas dura
Ainda assim é possível idolatrar
Sentir o amor como questão pura
Sentir amor com fervor
Oh!... Vida confesso
Tens sido ingrata no desejo desse amor
Aquele que persigo
Que me considero merecedor
A perfeição, nem de perto consegui
Porquê Senhor?
Que pecado cometi?
Para não ser premiado por um intenso amor?
O que sempre desejei
Com intensidade e fervor?
Pecados todos têm, eu sei
A vida não é de todo segura
Mas se eu sempre Te amei!
Conservo intenso amor no meu ser
Que mais pecados expiarei?
Que mais tenho de bom a fazer?
Que não peco, nunca direi
Por um amor feliz
Toda a vida, lutarei
Ainda que não seja ouvido
Até à morte amarei

Daniel Costa


sexta-feira, 16 de julho de 2010

POEMA SANDRA



SANDRA

Quem por São Paulo passa
Da cidade brasileira admira a grandeza
Pode encontrar uma ave que esvoaça
Pode aparecer em forma de mulher
É a Sandra com o seu sorriso cheio de graça
Quando ela passa a sua figura
A sua felicidade exala chalaça
Muitas mulheres assim
Fariam a cidade dos amores
Fariam dela um jardim
Grandioso cheio do encanto das flores
A Sandra que se diz cheia anseios
Indefinida, como qualquer
Tem sonhos e talvez devaneios
Não só com os seus é sociável
Gostando de pertencer a grupos
Onde se apresenta uma Sandra afável
Além dos filhos exerce formação
Com o seu bonito sorriso
Será agradável cada lição
A sua poesia reflecte
Como será com a Sandra ter laços de união
Nunca mostra tristeza
Sempre ares de interesse
Sandra, da sua alma sai beleza
É assim que imagino a Sandra Botelho conhecer
Poetisa no mesmo mundo
Num mundo onde se procura confraternizar e viver
Com doçuras como a da Sandra
Devo dizer

Daniel Costa

quarta-feira, 14 de julho de 2010

POEMA MADRUGADAS


MADRUGADAS

Fim de noites sossegadas
Constituem o meu elan
São as minhas madrugadas
Não impõem os limites que se iniciam com a manhã
Horas de mente mais inspiradas
Talvez um vicioso ciclo
Parecem-me assim as minhas madrugadas
Atentemos no ditado:
“Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde
E faz crescer”
Creio que entrei na onda na hora
Na hora de nascer
O ditado que era do meu mundo rural
Parecerá sem sentido
No mundo actual
Porém as minhas madrugadas
Jamais deixaram o élan
Vivi sempre as suas toadas
A mente durante o dia sonha e vive tanto
Visões sempre deslumbradas
Que à tardinha quando se vislumbra o ocaso
Nada a fazer senão esperar de novo a madrugada
Ela soará e se sentirá
Depois chegará a alvorada
Sem desprimor para outros períodos de tempo
A alma sente que passou uma bonita lufada
Funcionou a inspiração da mente
Como se sentisse uma orvalhada
Uma cintilante orvalhada que se revela
Com o despontar da alvorada

Daniel costa

domingo, 11 de julho de 2010

POEMA LUCÍFER



LÚCIFER

Tanto pode ser homem como mulher
Dizem que os anjos não têm sexo
O que se revoltara contra Deus, lúcifer
Seja lúcifer, diabo, mafarrico, ou demónio
Tinha o seu condomínio como um anjo qualquer
A Deus talvez conviesse um mafarrico louco
Vestiu-o de preto expulsou-o do céu
Ficou com um bode expiatório a vaguear um pouco
Criou o inferno e os seus habitantes
Ficaram anjos e arcanjos a vigiar como loucos
Nos seus domínios não serão bastantes
Lúcífer esse anjo que se tornou taralhoco
Prometeu no seu aspecto negro e feio, dia a dia corrompe mais
Com benesses a parecer banais, a fazer sonhar um pouco
Deus também será apenas um
Dizem presente em todos os instantes
Do que se ouve falar é de muitos deuses
Como se fossem veraneantes
A maldade a persistir, também esses a fazer atrair
Lúcífer a criar a cada momento mais apoiantes
Se não vem um infinito Deus e nos acode
Uma parte do mundo fica como louco
A outra um pagode
O homem bom, o que tem sonhos de bondade
Enquanto espera e luta, que se acomode
Ficará sempre um Zé Ninguém
O Zé que tudo pode

Daniel Costa


sexta-feira, 9 de julho de 2010

POEMA ATRACÇÃO DO MERCADO


Fotos: Daniel Costa - Mercado da Casquilha
Benfica - Lisboa (09/07/2010)

ATRACÇÃO DO MERCADO

O dia em que vá à praça é amado
Uma jornada que se inicia com graça
Sentir o fervilhar do mercado
Ali naquela truculenta praça
Em tempos idos ao Domingos ia à Ribeira
De Benfica de carro eléctrico
Fazia as compras gastava a manhã inteira
Por grosso, o mercado abastecia toda a Lisboa
Gostar de fazer a viagem
Era ter uma longa visão da bela cidade
Viver a bonita aragem
No que é hoje uma freguesia importante
A da Agência donde partem notícias
Para mundo o mundo inteiro, por vezes matéria aliciante
Dali nada de relevo
Tinha apenas um mercado de levante
Durou poucos anos embora
Veio o da Casquilha, a praça apareceu de rompante
Sendo concêntrico parecia então grande
Uma arquitectura interessante
Criou logo espaços
É ver como tudo foi arrumado
Apareceram filas de bancas, para mais braços
Tudo se vende ali, em todo o lado
A parte exterior é como uma feira
O maná de senhoras encaminhadas, como por um anjo alado
Se várias vezes procurado
Pode ser encontrada roupa, langerie de marca como achado
O mercado de Benfica
Em Lisboa é um potentado

Daniel Costa

terça-feira, 6 de julho de 2010

POEMA FASCINAÇÃO II



FASCINAÇÃO II

Sempre me fascinou o Sertão
Sempre a sonhar
Vou espreitando o Baião
No nordeste há esse verdadeiro folclore
A verdadeira canção
A perpetuar a natureza
É na Bahia, no encantado Sertão
Houve por cá cantadores
Que homenagearam o Baião
Cantaram assim:
“Fizeram tanto Baião
Veio Baião depois
Baião Copacabana, Baião Cazurra
Baião de Dois”
Embora preenchesse o musical espaço
Só haveria sentido no de Dois
Que existe naquele nordestino regaço
Como é interessante o folclore do nordeste
Passar na capital Salvador sonhar com o espaço
Do espaço da Bahia que terá sido agreste
Um tipo de fascinação que tenho pelo mundo
Está bastante naquele nordeste
No grande sertão
Onde o folclore
Trará as gentes em comunhão
Há um não sei explicar o porquê
Virá da admiração pela cidade de Natal
Pela sua orla marítima ou de todo o norte
Vem à imaginação o Maranhão
Anoto grande apreço pelo Brasil
Porém o nordeste se tornou fascinação

Daniel Costa


domingo, 4 de julho de 2010

POEMA O VELHO CACILHEIRO



O VELHO CACILHEIRO

Conhecer os velhos bairros Lisboa
É poético, verdadeira poesia
Ainda que percorridos à toa
Ligar as duas margens do seu rio,
Do velho Tejo também é coisa boa
Sendo a bordo dum velho cacilheiro
Sentir sons em uníssono tão bem soa
Ter outra visão da cidade por inteiro
Navegar no refulgente Tejo
É como ter um sonho verdadeiro
Atracar no cais de Cacilhas
Donde adveio o baptismo de cacilheiro
Agora mais moderno, o catamarã
Sempre com aquele nome, o primeiro
Embora com duas imponentes pontes
Outros destinos, outro timoneiro
Mais barcos de transporte no Tejo
O mesmo tipo de passageiro
O que vem diariamente para a cidade
Trabalhar, para viver, ganhar dinheiro
Nem lhe ocorrerá sonhar
No hábito daquele balouçar verdadeiro
Muitos barcos podem ser vistos
Viajando e mirando dum cacilheiro
Por ali passa todo o mundo
Um mundo verdadeiro
Tudo a tornar a bela Lisboa
Como se fora um mundo inteiro
No seu incessante vai e vem
O velho cacilheiro

Daniel Costa

quinta-feira, 1 de julho de 2010

POEMA OS RIOS CORREM PARA O MAR



O RIOS CORREM PARA O MAR

Um a dia dormia a sonhar
Estava só numa floresta
Não tinha quem amar
Era à beira dum rio, a jusante
Magiquei construir uma piroga
Para navegar até à praia num instante
O coração jamais deixou de bater e amar
Enquanto pensava só, recordei
Os rios correm para o mar
Ainda que estivesse distante
A uma praia haveria de ir parar
Raios de sol a torná-la brilhante
Um mar sereno, de tranquilidade
Na sua imensidão
Cheio de amenidade
O amor havia de encontrar
Na praia onde haveria a mulher
Com quem juras de amor havia de trocar
Estendidos na praia
Mar sereno à vista a testemunhar
Cheiro a maresia tonificante
Sonho lindo numa noite de luar
Teremos sempre os sonhos assim
As sonhadas ilusões não devem acabar
Enquanto os rios correrem
Os rios correm para o mar

Daniel Costa