

AMOR UNILATERAL
Estadia num paraíso
termal
Assisti a uma sessão
de cinema
Amor unilateral
Sonho como emblema!
Amava sem igual
Um fonema,
Fonema acidental
Real com um poema,
Anunciado e transmitido
em jornal,
Do anjo era emblema,
De precioso metal
Seria galena?
Dum mundo sideral!
A ver de novo a fita
de cinema
Projectada num vitral,
Passavam dois amores
como pedra gema
Na Galáxia ocidental
Voava num estratagema!
Sempre projectado,
fenomenal
Num sistema, num lema
Lema três vezes
dimensional
Me senti guiado por algo, como antena
Deveras, risonho,
jovial
Aconteceu, me ver como
em Ipanema
Um Leblon universal!
Bonita mulher como diadema
Majestoso visual
Bela como uma gótica
catedral
De soslaio a olhei, suprema
Ela por sua vez,
reparou afinal
Acordei num paraíso com
cheiro a alfazema,
Paraíso termal!
Estava sisudo, esvaíra-se
o sonho do cinema
Quando a atenção se
fixou num certo vitral
A mulher, embora em
jeito de trema,
Por quem me
apaixonara, se me doou natural
Amor para sempre,
imaginado no cinema
Era o complemento do
amor unilateral!
Mulher poema!
Daniel Costa