EM XACASSAU
Não, era invento, foi deslumbramento
Foi no mês de Setembro mil nove e sessenta e três
Houve grande apelo ao talento
Estavamos no magnifico planalto da Lunda
Houve reunião com o sargento
Na grande floresta linda
Sem meios de comunicação, para três dias havia sustento
De uma expedição se tratava
Da cidade diamantífera do Dundo, Angola
Para a de Saurimo seguiamos, o camião abanava
Por fim desconjuntado
Atravessara o extenso rio e parava
Como que a dizer não
Limpída água, bacalhau, batatas, azeite e couves
Limpída água, bacalhau, batatas, azeite e couves
Era esse o tempo de alguém por acaso passar com solução
Como se jogassemos o berimbau
Ali estávamos quedos, também havia pão
Até que por ali passou o chefe de posto de Xacassau
Haviam passado cerca de vinte e quatro horas então
À cidade de Saurimo arranjar argumentos
Que demovessem a andar o camião
Concertada a viatura acabou o jogo do pau
Caminho segui-se então
Comandandava o sargento, comida em Xacassau
Churrascada à africana, vamos também dornmir, disse o sargentão
Depois foi abastecer em Saurimo
Não só na militar mantenção
Tudo menos mau, um mimo
Rodou-se noite adentro na ganga de burgau
Para deglutir nova churrascada e dormir
Gozar de novo o ambiente do posto de Xacassau
Regresso ao outro dia
Chegaváva-se à base
Terminava o sofrimento e com ele a folia
Daniel Costa
12 comentários:
Recordações e recordações... Quando a saudade vem!
Beijinho,
Ana Martins
Memórias, saudades....Tudo o que faz parte da vida e de nós...
Lindo, Daniel
Beijos e abraços
Marta
As mais belas recordações da vida em versos,,,perfeito meu amigo,,,,abraços fraternos de bela semana pra ti.
Recordar é viver..
Parabens amigo pelo seu poema
Bjs.
Lindas recordações meu amigo.
Gosto do jeito que escreves pois se vê o prazer instalado de uma forma brilhante.
Beijos meu amigo querido e muiiiiiiiiiiito querido.
Te adoro de montão.
Saudades.
Caro Daniel Costa
"límpida água, bacalhau, batatas, azeite e couves"
Mesmo a esta hora quem desdenha?
Talvez substituísse a agua por sumo fermentado de uva.
Pior do que isso é passar nove (9) dias a comer esparguete cozido em água barrenta cheia de comprimidos para desinfectar, na Serra de Ambuila.
Foi isso e muito mais que minou a saúde dos soldados que só anos mais tarde é que sofreram esses "ataques"
Tenho que terminar o comentário que o antivírus anda-me a por a cabeça em água.
Só gostava de chegar à base para tomar banho com água quente.
É verdade.
Um bidão elevado, carregava-se com água, fazia-se uma fogueira debaixo e os últimos tinham que ir buscar água fria que aquela quase fervia...
Uma boa semana.
parece-me que consegui.
Querido amigo Daniel,
Mais um belo poema fruto da sua rica vivência.
Carinhoso beijo e excelente semana!
Que beleza essa descrição em versos desse ótimo evento que viveste, Daniel!
Uma churrascada à africana...hummmm me deu até água na boca!Rsrs. Aqui, temos o famoso churrasco à gaúcha e mesmo não sendo carnívora, olha, é coisa de louco e só o cheirinho da carne assando na brasa nos abre o apetite.
Tu és um grande memorialista!
Parabéns!!!Bjssss
[desculpe ter demorado um pouquinho, amigo, eu já expliquei, né?]
É meu amigo, essas lembranças muitas vezes estão tão próximas de nós que somos capazes de escrever tão bem, um passado distante. Esses momentos fazem parte da vida.
Beijos
Querido Amigo,
São das recordacoes que se faz uma vida mais feliz.
Tudo faz parte do nosso ''eu'',que bom abrir a gaveta e tirar momentos que nos faz sonhar.
Teus poemas encanta a alma de quem os lê.
Mil beijos
Rachel
Que experiencia rica foi esse tempo que passou em Angola. Impossível esquece-lo pelo que vejo. Um lindo poema
beijos
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