MÃOS CALEJADAS
Mãos calejadas
Era assim no passado
Resultavam de foices e enxadas
Enxada nas mãos de sol a sol
Não era figo maduro
Tanto nas sementeiras do pão
Como cavar à mão era dar no duro
E cavar vinha à ala?
Mantear para nova vinha plantar?
Era como abrir uma vala
E as mãos calejadas?
Calos cortados à navalha
No começo de cada dedo ainda
Há testemunho, um sulco, uma sala
Cavar vinha, ou ceifar como autómatos
Em cada homem um mundo
Um golpe, de uma enxada
Num mundo, também ele, de enganos
Tapava terra não arada
Bastantes diplomas de medalhas
As mesmas amadas e guardadas
Porém não representam mãos
Calos aparados, com navalhadas
Ainda apresentam os sulcos
Medalhas gravadas
Apenas morrerão amortalhadas
Gravaram-nas cabos
De foices e enxadas
Vidas passadas e vividas
Vidas cheias, por vezes recordadas
Daniel Costa
Mãos calejadas
Era assim no passado
Resultavam de foices e enxadas
Enxada nas mãos de sol a sol
Não era figo maduro
Tanto nas sementeiras do pão
Como cavar à mão era dar no duro
E cavar vinha à ala?
Mantear para nova vinha plantar?
Era como abrir uma vala
E as mãos calejadas?
Calos cortados à navalha
No começo de cada dedo ainda
Há testemunho, um sulco, uma sala
Cavar vinha, ou ceifar como autómatos
Em cada homem um mundo
Um golpe, de uma enxada
Num mundo, também ele, de enganos
Tapava terra não arada
Bastantes diplomas de medalhas
As mesmas amadas e guardadas
Porém não representam mãos
Calos aparados, com navalhadas
Ainda apresentam os sulcos
Medalhas gravadas
Apenas morrerão amortalhadas
Gravaram-nas cabos
De foices e enxadas
Vidas passadas e vividas
Vidas cheias, por vezes recordadas
Daniel Costa
20 comentários:
QUERIDO DANIEL, QUE POEMA MAIS VERDADEIRO... ERA ASSIM NOUTROS TEMPOS... DESEJO-TE UMA SANTA PÁSCOA... ABRAÇOS DE AMIZADE,
FERNANDINHA
Muito bom o seu poema. Triste, mas às vezes a realidade é muito triste e isso fica gravado na memória.
Tem um presente de páscoa para vc no FEMININA, um belo post.
Um beijo,
Renata
Daniel,
As minhas ainda continuam de vez em quando a calejar.
Basta insistir no manejo de qualquer alfaia, nos trabalhos extra-profissionais.
Para quem gosta do campo, como eu.
Há muitos que precisavam de ganhar calo,
não basta apenas o diploma.
Feliz Páscoa
Oi Daniel.
Lindo poema.
Meus pais que o digam, pois quando pequenos viviam nas aldeias de Orense (pai) e Coruña (mãe) e trabalhavam a terra, junto com a família. Trabalho árduo, mas que lhes trazem ótimas lembranças.
*******
FELIZ PÁSCOA PARA VOCÊ E TODA A SUA FAMÍLIA!
♥.·:*¨¨*:·.♥ Beijos mil! :-) ♥.·:*¨¨*:·.♥
http://brincandocomarte.blogspot.com/
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Daniel,
Fiquei sem internet mas cheguei a tempo de desejar uma Feliz PAZcoa e desejar um domingo de muito AMOR paz!!
Beijos
Caro Daniel,
uma brilhante homenagem aos camponeses.
Parabéns!!!
Beijinhos e votos de Páscoa Feliz,
Ana Martins
Feliz Páscoa, amigo!
Beijo
Ainda existem muitas mãos calejadas, nos sertões. Mãos de enxadas e de foices, que cortam, aram, plantam o suor de seus dias, no sal da terra...
Boa noite de Páscoa, Daniel!
beijos
Uma maravilhosa nova semana para ti, com muita paz e inspiração.
Um abraço
*
és o poema
dos poemas,
,
um abraço, deixo,
,
*
Oi, Daniel.
Que poema bonito e verdadeiro.
Beijos
...bom dia, querido!
lindas palavras este teu poema
contém.
quantas lembranças trazemos nas
palmas das mãos calejadas pelo
viver?
bjs meus
vidas escritas em cada vinco da mão
beijos
Daniel... suas palavras me encantam definitivamente!
Vim apreciar e aproveitar para lhe desejar uma semana maravilhosa!
Beijos com meu carinho
Meun caro Daniel
O teu poema, lindíssimo, é uma homenagem àqueles heróis esquecidos, que tanto labutam para que aos outros não falte o pão e o vinho.
Gostei imenso.
No domingo publiquei novo post no Lírios.
Se quiseres ir ver...
Beijinhos
Mariazita
Mãos calejadas, vividas, cansadas,sulcando a vida a cada momento. Isso é viver.
Beijos e uma excelente semana.
Cleo
Oi amigo Daniel: mãos calejadas, cansadas, com sulcos da vida...É triste, mas o poema, muito belo!
Tenha uma linda semana.
Tais
Caro Daniel,
Vim dizer que já reparei sim que todos os seus poemas são autobiográficos, e acho fantástico conseguir colocar com tanta beleza a história da sua via em poesia.
Penso no entanto ser também uma linda homenagem a todos os camponeses.
Beijinhos,
Ana Martins
Maravilhoso poema sobre a vida, amigo Daniel! E aqui são muitos os calejados que de sol a sol, com enxadas nas mãos sobrevivem....
Grande beijo
Daniel,
_____ belíssimo! ____ .
um grande abraço
mariam
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